terça-feira, 23 de abril de 2013

As Figuras do Criador e Criatura

Todos nascem criador, mas por influência do meio, adquirem um estado e uma condição de inércia, tornando-se criaturas, ou seja, indivíduos acomodados e distantes de uma vida plena. Ocorre que o rótulo de criatura está mais no inconsciente dos indivíduos, que indiretamente afeta as práticas e ações de criatividade de cada um deles.

O líder deve oferecer a estas pessoas a oportunidade de trabalharem como criadores, para tanto ele precisa reconhecê-las e influenciá-las, trazendo significado para suas vidas, demonstrando para elas o que, como, quando, porque e onde. O trabalho da liderança é eliminar os componentes que os tornam criaturas.

A maioria das pessoas não quer simplesmente ocupar um lugar no organograma do departamento, elas desejam na verdade fazer parte do empreendimento, onde possam ser empreendedores e não meros executores de tarefa. Elas sabem que nos empreendimentos há realizações e nos departamentos há distrações.

O líder deve trabalhar as disciplinas da superação e da criação, fechando as portas do departamento e abrindo as portas do empreendimento. O empreendimento necessita de propósito, orientação e percurso. Quem se dirige ao trabalho apenas pensando em garantir o seu emprego, prover o sustento de sua família e atender as suas necessidades básicas, corre o risco de se tornar um mero executor de tarefas.

O verdadeiro trabalho não suporta a mesmice ou desejo de que a semana não ande, mas voe. Ele implica em paciência, perseverança, dedicação, esmero e cuidados. Não importa se trabalhamos por prazer ou necessidade, em ambas as situações ele deve ser realizado da melhor maneira possível, pois ele estimula a saúde física e mental, aquecendo os neurônios e queimando calorias, produzindo uma energia carregada de emoções positivas e conhecimento saudável.

Falo do trabalho digno, que respeita os preceitos econômicos, sociais e ambientais, onde a principal força motriz, o homem, é visto como o centro desta engrenagem. Neste processo para que a participação dele elimine a frustração, aquilo que ele pode decidir, decide. Aquilo que ele não pode decidir, influencia. Aquilo que ele não pode decidir e influenciar administra, caso contrário ele mudará de emprego ou profissão, pois em qualquer nível, o trabalho deve ser encarado como um prolongamento de nossos desejos e paixões.

Entregar-se a ele de corpo e alma, não significa submeter-se a condições degradantes, humilhantes ou a jornadas extenuantes, ao contrário, se todos agirem de maneira apaixonada, a integridade, a ética e o respeito, não permitirão que haja espaço para a exploração inesgotável da força humana. A mais valia sempre existirá, mas cabe a cada indivíduo fazer a sua parte de modo que o desenvolvimento da organização esteja atrelado ao crescimento humano.

Assim deve-se trabalhar primeiramente em busca de se adquirir competência, ou seja, capacidade em conjugar o conhecimento, as habilidades e o comportamento em prol de resultados comuns, de modo que haja maior possibilidade de reconhecimento profissional, pessoal e financeiro. Esta conjugação trará naturalmente um apreço e um desejo diferenciado pelo trabalho.

A sensação do dever cumprido é o nosso maior legado, pois o resto é consequência de nossa perseverança, dedicação e esforço. É necessário transpirar menos e inspirar muito mais. Precisamos dar as ciências exatas, um caráter mais humano, transformando dados em informações verdadeiras, evitando a tentação de forjar números em benefício próprio ou da organização.

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