domingo, 28 de abril de 2013

A Democracia do Tempo

A maior dificuldade do líder é delegar tarefas aos seus subordinados e ao aceitar da equipe tarefas simples, comuns, corriqueiras e circunstanciais que deveriam ser resolvidas nos níveis inferiores, ele entra em um círculo vicioso que lhe transmite a sensação de improdutividade, pois neste caso ele transpira muito e inspira pouco.

A preocupação ou a vontade em resolver todas as pendências, o conduz a uma gestão por espasmos, perdendo a capacidade de concentrar-se nas decisões estratégicas. Quando realiza atividades sem que estas gerem um propósito, o tempo passa tão rápido, que ficar até tarde no escritório torna-se um hábito tão comum que terminam por descuidar da família e dos amigos.

Encontrar o perfeito equilíbrio entre a vida profissional e pessoal tem sido o grande desafio mundo moderno, onde a velocidade de comunicação tem gerado uma sobrecarga desumana de trabalho, já que o volume de informações a serem administradas em um curto espaço de tempo tem atingido velocidades geométricas, ao passo que a capacidade de administrá-las segue em velocidade aritmética, pois a resposta do corpo nem sempre acompanha a da mente, ou vice e versa.

Dosar uma bebida é muito mais fácil do que dosar o tempo destinado às coisas importantes, separando-as adequadamente das triviais e urgentes. Embebedam-se no trabalho tomando doses cavalares de atividades sem propósito algum. Acordam de ressaca prometendo a si mesmos de que isto nunca mais se repetirá, porém na primeira oportunidade, lá estão tomando mais uma drinque desta bebida inebriante chamada rotina, a qual se traduz como incapacidade de administração do tempo.

Todos têm ao seu dispor vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e trezentos e sessenta e cinco dias por ano. O que diferencia o tempo de cada um é apenas a maneira de usá-lo. O tempo conjuga verbos envoltos de razão e emoção, pois há o tempo cronológico e o tempo biológico, que insistem em progredir por meio de velocidades diferentes. Não se perde ou se ganha tempo, apenas se faz bom uso do mesmo, afinal o tempo não pode ser armazenado, adquirido, recuperado ou renovado.

Dentro deste contexto há tempo de falar e tempo de ouvir, há tempo de contratar e tempo de demitir, há tempo de chorar e tempo de sorrir, há tempo de planejar e tempo de agir, há tempo de abraçar e tempo de afastar, há tempo de comandar e tempo de obedecer, há tempo de dizer sim e tempo de dizer não, há tempo de gastar e tempo de economizar, há tempo de investir e tempo de depreciar, há tempo de pagar e tempo de receber, há tempo de trabalho e tempo de laser, há tempo nascer e tempo de morrer.

Este último verbo indica que a passagem do tempo é um processo natural e inevitável, onde a melhor maneira de usufruir as suas benesses é viver intensamente cada segundo, dedicando tempo e atenção a tudo e a todos. Quantos anos, meses, dias, horas, segundos e minutos ainda lhe restam? Eis o problema: não há resposta correta, pois ele não lhe pertence.

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