domingo, 28 de abril de 2013

Cuspir no Prato que Come

Pode haver empresas que não valorizam as pessoas, assim como pode existirem pessoas que não se comprometem com as empresas. Sendo isto possível, murmúrios, lamentações, intrigas, fofocas, reclamações, difamações, alimentam as conversas de corredor e cafezinho, roubando a produtividade pela má conduta e comportamento.

Saem mais cedo para o almoço e retornam mais tarde para o trabalho, usufruindo além do limite do tempo de descanso. Costumam bater o ponto na hora exata, tanto para entrar quanto para sair, no entanto fazem de tudo para começar suas atividades mais tarde e encerrá-las mais cedo.

A presença física é apenas para garantir mais um dia remunerado, já que a mente está literalmente concentrada no relógio de ponto. A estes atrasos corriqueiros, verdadeiros matadores da produtividade, somam-se as faltas sem justificativas, as quais sobrecarregam quem comparece habitualmente ao trabalho, demonstrando que funcionários com este perfil não fazem falta.

Como não há limite para o mau caráter, forjam acidentes de trabalho e falsificam atestados médicos, mostrando que se existe uma doença ela é a falta de integridade. Reclamam da comida, classificando-a como ruim, mesmo quando comprovadamente isto não é verdade. No fundo isto é mais um prato cheio para alimentar a mente dos negativistas, que não se cansam de comer, beber, divertir, fartar, mas se sente exaustos em propagar o bem estar.

Falam mal do chefe e dos colegas, afinal apunhalar pelas costas para baixar a autoestima é um método traiçoeiro e infalível. Dizem que não apresentam tempo para nada, pois são muito ocupados, na verdade são pouco produtivos. Criticam as condições de trabalho, mesmo que elas estejam dentro dos melhores padrões, pois o importante elas é tirar do trabalho o verdadeiro propósito que é gerar resultados mútuos.

Mesmo recebendo uma remuneração justa e compatível com o mercado, à moeda de troca oferecida por elas é espalhar pelos quatro cantos que a empresa paga uma mixaria, uma tentativa frustrada de chamarem a atenção e serem reconhecidas, que não vale um tostão. Não adiantaria encher seus bolsos, pois além de furados, eles não têm fundo para a satisfação.

Nas linhas e entrelinhas, adotam expressões vazias e fúteis do tipo a “empresa finge que me paga e eu finjo que trabalho”, “direto do trabalho para a balada”, “sexta-feira dia internacional das armações”. Jamais perguntam o que elas podem fazer pela empresa, mas sim o que a empresa pode fazer por elas. 

Esta visão unilateral e egoísta, cega o bom senso, respeito e reconhecimento que deveriam ter pelas empresas plenamente sustentáveis. Realmente é difícil entender o porquê estas pessoas agem assim, já que o seu sustento advém dos recursos pagos pela empresa que elas mesmas escolheram, por prazer ou por necessidade, para contribuir com sua força de trabalho.

Não importa, pois em ambas as situações são pagas para oferecerem o melhor de si, já que partiram de uma escolha própria, que entenderam ser a mais correta. Muito mais incompreensível é o fato de continuarem a trabalhar em um local que insistem em criticar e comparar pejorativamente com os concorrentes.

É o fim da jornada, principalmente para a empresa, quando ela não consegue enxergar esta falta de comprometimento, a tempo de evitar que um CPF com restrição no SPC, Serviço de proteção ao Comprometimento, ponha em risco ou cause o encerramento de um CNPJ, este sim empreendimento responsável por abrigar uma infinidade de CPF, ou seja, a maioria comprometida não pode ser prejudicada pela minoria envolvida.

A Democracia do Tempo

A maior dificuldade do líder é delegar tarefas aos seus subordinados e ao aceitar da equipe tarefas simples, comuns, corriqueiras e circunstanciais que deveriam ser resolvidas nos níveis inferiores, ele entra em um círculo vicioso que lhe transmite a sensação de improdutividade, pois neste caso ele transpira muito e inspira pouco.

A preocupação ou a vontade em resolver todas as pendências, o conduz a uma gestão por espasmos, perdendo a capacidade de concentrar-se nas decisões estratégicas. Quando realiza atividades sem que estas gerem um propósito, o tempo passa tão rápido, que ficar até tarde no escritório torna-se um hábito tão comum que terminam por descuidar da família e dos amigos.

Encontrar o perfeito equilíbrio entre a vida profissional e pessoal tem sido o grande desafio mundo moderno, onde a velocidade de comunicação tem gerado uma sobrecarga desumana de trabalho, já que o volume de informações a serem administradas em um curto espaço de tempo tem atingido velocidades geométricas, ao passo que a capacidade de administrá-las segue em velocidade aritmética, pois a resposta do corpo nem sempre acompanha a da mente, ou vice e versa.

Dosar uma bebida é muito mais fácil do que dosar o tempo destinado às coisas importantes, separando-as adequadamente das triviais e urgentes. Embebedam-se no trabalho tomando doses cavalares de atividades sem propósito algum. Acordam de ressaca prometendo a si mesmos de que isto nunca mais se repetirá, porém na primeira oportunidade, lá estão tomando mais uma drinque desta bebida inebriante chamada rotina, a qual se traduz como incapacidade de administração do tempo.

Todos têm ao seu dispor vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e trezentos e sessenta e cinco dias por ano. O que diferencia o tempo de cada um é apenas a maneira de usá-lo. O tempo conjuga verbos envoltos de razão e emoção, pois há o tempo cronológico e o tempo biológico, que insistem em progredir por meio de velocidades diferentes. Não se perde ou se ganha tempo, apenas se faz bom uso do mesmo, afinal o tempo não pode ser armazenado, adquirido, recuperado ou renovado.

Dentro deste contexto há tempo de falar e tempo de ouvir, há tempo de contratar e tempo de demitir, há tempo de chorar e tempo de sorrir, há tempo de planejar e tempo de agir, há tempo de abraçar e tempo de afastar, há tempo de comandar e tempo de obedecer, há tempo de dizer sim e tempo de dizer não, há tempo de gastar e tempo de economizar, há tempo de investir e tempo de depreciar, há tempo de pagar e tempo de receber, há tempo de trabalho e tempo de laser, há tempo nascer e tempo de morrer.

Este último verbo indica que a passagem do tempo é um processo natural e inevitável, onde a melhor maneira de usufruir as suas benesses é viver intensamente cada segundo, dedicando tempo e atenção a tudo e a todos. Quantos anos, meses, dias, horas, segundos e minutos ainda lhe restam? Eis o problema: não há resposta correta, pois ele não lhe pertence.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Do Berço ao Paletó

Nascer, engatinhar, andar, falar, divertir, crescer, estudar, aprender, graduar, namorar, trabalhar, aperfeiçoar, amadurecer, noivar, casar, procriar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

trabalhar,trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,

trabalhar, estressar, cansar, anular, estabilizar, desmotivar, desligar, divorciar,  medicar, medicar, medicar, medicar, medicar, medicar, medicar, medicar, medicar, internar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, gastar, empobrecer, amargurar, isolar, deprimir, embebedar, entristecer, arrepender, morrer.

As Figuras do Criador e Criatura

Todos nascem criador, mas por influência do meio, adquirem um estado e uma condição de inércia, tornando-se criaturas, ou seja, indivíduos acomodados e distantes de uma vida plena. Ocorre que o rótulo de criatura está mais no inconsciente dos indivíduos, que indiretamente afeta as práticas e ações de criatividade de cada um deles.

O líder deve oferecer a estas pessoas a oportunidade de trabalharem como criadores, para tanto ele precisa reconhecê-las e influenciá-las, trazendo significado para suas vidas, demonstrando para elas o que, como, quando, porque e onde. O trabalho da liderança é eliminar os componentes que os tornam criaturas.

A maioria das pessoas não quer simplesmente ocupar um lugar no organograma do departamento, elas desejam na verdade fazer parte do empreendimento, onde possam ser empreendedores e não meros executores de tarefa. Elas sabem que nos empreendimentos há realizações e nos departamentos há distrações.

O líder deve trabalhar as disciplinas da superação e da criação, fechando as portas do departamento e abrindo as portas do empreendimento. O empreendimento necessita de propósito, orientação e percurso. Quem se dirige ao trabalho apenas pensando em garantir o seu emprego, prover o sustento de sua família e atender as suas necessidades básicas, corre o risco de se tornar um mero executor de tarefas.

O verdadeiro trabalho não suporta a mesmice ou desejo de que a semana não ande, mas voe. Ele implica em paciência, perseverança, dedicação, esmero e cuidados. Não importa se trabalhamos por prazer ou necessidade, em ambas as situações ele deve ser realizado da melhor maneira possível, pois ele estimula a saúde física e mental, aquecendo os neurônios e queimando calorias, produzindo uma energia carregada de emoções positivas e conhecimento saudável.

Falo do trabalho digno, que respeita os preceitos econômicos, sociais e ambientais, onde a principal força motriz, o homem, é visto como o centro desta engrenagem. Neste processo para que a participação dele elimine a frustração, aquilo que ele pode decidir, decide. Aquilo que ele não pode decidir, influencia. Aquilo que ele não pode decidir e influenciar administra, caso contrário ele mudará de emprego ou profissão, pois em qualquer nível, o trabalho deve ser encarado como um prolongamento de nossos desejos e paixões.

Entregar-se a ele de corpo e alma, não significa submeter-se a condições degradantes, humilhantes ou a jornadas extenuantes, ao contrário, se todos agirem de maneira apaixonada, a integridade, a ética e o respeito, não permitirão que haja espaço para a exploração inesgotável da força humana. A mais valia sempre existirá, mas cabe a cada indivíduo fazer a sua parte de modo que o desenvolvimento da organização esteja atrelado ao crescimento humano.

Assim deve-se trabalhar primeiramente em busca de se adquirir competência, ou seja, capacidade em conjugar o conhecimento, as habilidades e o comportamento em prol de resultados comuns, de modo que haja maior possibilidade de reconhecimento profissional, pessoal e financeiro. Esta conjugação trará naturalmente um apreço e um desejo diferenciado pelo trabalho.

A sensação do dever cumprido é o nosso maior legado, pois o resto é consequência de nossa perseverança, dedicação e esforço. É necessário transpirar menos e inspirar muito mais. Precisamos dar as ciências exatas, um caráter mais humano, transformando dados em informações verdadeiras, evitando a tentação de forjar números em benefício próprio ou da organização.

De Olho no Cuco

Quando você está alegre com a sexta-feira e depressivo com a segunda-feira, significa que algo não está caminhando bem, especialmente no trabalho. É um indicativo de que o prazer de contribuir, relacionar e conhecer está sendo substituído pela ansiedade, enfado e cansaço. Nesta situação você deseja uma passagem rápida do tempo, de preferência que ele não ande, mas simplesmente voe.

Olhar o relógio e contar as horas para o término da jornada de trabalho passa a ser sua principal ocupação e preocupação, esquecendo, porém, que junto à passagem do tempo vem o desgaste físico e mental. Os reflexos não são os mesmos, aproxima-se a lentidão, o cansaço e a acomodação. Gestos simples como subir uma escada ou uma ladeira, fica muito mais difícil.

Acompanhar a energia dos mais jovens é quase uma tarefa impossível. Todos ao seu redor andam sobrecarregados realizando múltiplas tarefas, assim, torna-se normal para você falar ao telefone, ler ou responder e-mail, assinar documentos e despachar com as pessoas de forma simultânea, afinal no seu pensamento o tempo é curto e custa dinheiro.

Não adianta, mesmo agindo desta maneira, você fica com a sensação de que gasta muito tempo, fazendo muito pouco, indicando que não consegue separar o que é realmente importante, urgente e trivial. No meio desta fogueira você atua apagando incêndio e como é um falso bombeiro acaba por utilizar o extintor errado, sendo consumido lentamente nas chamas da mera execução. 

Este peso na consciência de que ainda há muita coisa importante pendente, apesar de todos os esforços, “obriga-lhe” a trabalhar até mais tarde. Quando em gozo de férias não vê hora de voltar para a empresa, pois não consegue se desconectar dos afazeres, afinal precisa sobreviver. Sobreviver eis uma palavra que limita a busca pela verdadeira riqueza.

Enquanto sobrevive no trabalho, vai morrendo em suas relações. Sabe por quê? Vaidade de vaidade, tudo é vaidade. No fundo você sabe que homem não obtém o verdadeiro proveito de todo o seu trabalho com que se fadiga debaixo do sol.  Muitas vezes ele perde a saúde, a família, os amigos e o prazer pelas coisas simples em prol da mal fadada estabilidade financeira.

O tempo passa, o vento vai para o sul e faz seu giro e retorna aos seus circuitos. Levanta-se o sol, põe-se o sol e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. Os olhos não se fartam de ver, nem de encher e os ouvidos de ouvir. Assim também é o homem, na sua mesmice a procura de emprego, salário, poder, estabilidade, prazer.

Edificar casas, acumular bens materiais e conseguir tudo que os olhos desejarem também isto é vaidade. Como envelhece com pouca sabedoria, pequenos gestos diários, como exercitar a paciência, perseverança, tolerância, compreensão, são deixados de lado. O mesmo ocorre com a saúde, já que nunca tem tempo para a prática regular de exercícios físicos.

Assim, quando estiver bem mais velho, não será capaz de administrar os conflitos, as incertezas, as tragédias, as decepções e como o corpo estará muito debilitado, a idade cronológica terá vencido a idade biológica. Este mau uso do tempo será mostrado publicamente por meio de rugas, cicatrizes, pintas, manchas, flacidez e dores.

Lembre-se que virão os dias em que tu dirás não tive neles prazer algum. Um dia você poderá se arrepender e concluir que o resultado material do teu trabalho realmente foi vaidade, pois tudo que acumulou será deixado ao homem que vier depois de você. Como sabe se ele será sábio ou tolo? Quando você não trabalha com sabedoria, conhecimento e habilidade, não consegue adicionar emoção, inspiração e paixão em tudo àquilo que faz.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Árvore, os Macaquinhos e a Banana

Em uma empresa podemos destacar o líder, os problemas e as soluções, que podem ser comparados a uma árvore, um macaco e uma banana. Assim como a árvore é uma fonte de abrigo, proteção, alimento e sustentação, o líder protege e abriga sua equipe contra as intempéries e contratempos dos problemas internos ou externos, alimentando-a permanentemente com seus conhecimentos e competências.

Ao incorporar uma cultura baseada em valores e condutas, voltadas para o atendimento das necessidades e expectativas, ele faz com que as equipes criem raízes que passam a ser à base de sustentação do negócio. No caso dos problemas eles são como macaquinhos, multiplicam-se com facilidade, pulam de galho em galho, algumas vezes se escondem outras aparecem, ora são amenos, ora são agressivos. São desafiadores e exigem cuidados na lida diária, porque ao menor descuido alcançam um tamanho difícil de administrar.

As soluções dos problemas são como bananas, podendo ser apresentadas individualmente ou em penca. Normalmente são divididas ou compartilhadas, porém a sua digestão é feita uma a uma. Uma vez encontrada tem de ser usada imediatamente para não perder suas propriedades. A forma como se apresenta na maioria das vezes define se será ou não aproveitada. Podem ser usadas tanto no trabalho quanto na vida pessoal, sendo uma verdadeira fonte de energia para quem a encontra. É muito fácil de ser alcançada, mas como as pessoas gostam de complicar não a encontram, por não acreditar nas coisas simples.

Torna-se fácil entender que esta tríade encaixa-se perfeitamente no mundo corporativo, onde o centro dela está baseado na árvore, ou seja, no líder, cujo maior desafio é encontrar a banana certa para cada tipo de macaquinho, enfim a solução correta para cada um dos problemas. Ocorre que esta lógica nem sempre persiste, especialmente nas empresas onde predominam gestores que não atuam como uma árvore, não gostam de macaquinhos e por incrível que pareça muito menos de banana.

Assim, eles preferem atuar na sombra, na moita, ou melhor, no conforto, livrando-se sempre que podem dos problemas. Na ânsia de passa-los adiante não analisam o grau de importância de cada um, livrando-se até mesmo dos triviais, colocando os macaquinhos em estado de inanição ou alimentação institivamente na árvore. Para muitos se torna conveniente encontrar alguém, que alimente e sacie a famigerada fome de um bando de macaquinhos denominados problemas.

Assim eles sorrateiramente vão sendo colocados nos galhos da árvore e com isto vão crescendo, crescendo, esgotando a fonte de nutrientes, que possui capacidade limitada para resolver todos eles. À medida que o tempo passa eles sugam e esgotam o tempo do líder, impedindo que ele use sua capacidade, conhecimento e competência para dar ao trabalho um propósito. Dia após dia ele sente-se cada vez mais incompetente e inoperante.

A banana fonte de alimentos e energia, não existe em quantidade suficiente para alimentar a prole de macaquinhos que se multiplicam rapidamente em uma única árvore, cujos galhos começam a demonstrar sinais de fraqueza, pois não há preocupação em cultivar soluções, pois dá muito trabalho plantar, manter, colher e replantar.

Porém, como problema de líder é problema de liderado, a falta de alimento para saciar a fome dos macaquinhos e assim matar os problemas em sua cauda raiz, decorre da incapacidade do líder em saber conduzir sua equipe, delegando autoridade e cobrando responsabilidade. No meio deste bando de problemas, ele se perde no tempo e no espaço, não conseguindo enxergar que os macaquinhos paulatinamente vão sendo substituídos por gorilas, fazendo com que o líder escorregue nas muitas cascas deixadas pelo caminho.

Em determinado momento não haverá mais macaquinhos, mas somente gorilas cuja prole se propagará geometricamente em todos os níveis e como não haverá qualquer tipo de alimento, eles quebrarão não somente uma árvore, mas todas aquelas que fizerem parte desta floresta, deixando a todos os seus dependentes sem abrigo e alimento.

Corda no Pescoço

A não satisfação é um dos maiores males que aflige lenta e sorrateiramente o ambiente corporativo, devido à falta de entendimento e atendimento das necessidades e expectativas das pessoas, que se dirigem às empresas em busca de um propósito, a grande razão do trabalho. Parte deste problema se deve a falta de perfil adequado, experiência e interação dos líderes com suas equipes.

Esta composição negativa contribui para que eles fiquem isolados em suas estações de trabalho, cercados por mesa, computador, impressora, clips, grampeador, pincéis, marcadores de texto, carimbos e post it, totalmente escondidos atrás de uma pilha de documentos, perdendo por completo a noção do grau de satisfação de seus liderados.

Sua secretária possui um papel fundamental nesta tarefa. Ao invés de se preocupar em organizar a agenda de compromissos com as pessoas, ela se vê obrigada a garantir a individualidade do gestor, transformando-se meramente em uma leva e traz de papéis. 

Esta falta de relacionamento diário, contínuo e presencial, abre uma janela de oportunidades para greves, pedidos de demissões, demissões e o que é mais danoso, o assédio dos concorrentes, ávidos por pessoas capacitadas e treinadas, já que o mercado é carente de profissionais qualificados. Isto demonstra claramente que os gestores focam toda sua energia nos procedimentos, processos e atividades, sendo as pessoas tratadas apenas como acessórios ou periféricos.

Assim, o executivo, mão-de-obra altamente qualificada e remunerada, passa a ser um mero executor, realizando tarefas repetitivas, tais como ticar, carimbar, assinar, grampear, despachar e imprimir, ações meramente burocráticas e dispendiosas, esquecendo-se de atuar lado a lado das pessoas, as quais são os verdadeiros fatores de produtividade e resultado.

Neste sistema de gestão, lucro, receita, despesa, custo, investimento, são palavras conjugadas em primeiro grau, ao passo que capacitação, motivação, satisfação, reconhecimento, são relegadas ao segundo plano. Assim, nota-se que não ocorre nem uma coisa e nem outra, pois não é possível gerar resultados concretos sem que haja a participação e o comprometimento das pessoas.

Gerenciar máquinas e equipamentos é muito mais fácil, pois há fatores concretos envolvidos, tais como valor de aquisição, valor residual, depreciação, vida útil, manutenção corretiva, preventiva e preditiva, ao passo que liderar pessoas implica em entender e atender carências, necessidades, expectativas e valores, atributos estes pautados pelo caráter emotivo e pessoal, onde em cada mente há uma maneira distinta de raciocinar e reagir perante as diferentes situações.

Por mais que se tenha isto de forma clara e precisa, os gestores com estas características não possuem aprendizado suficiente para aceitar as pessoas como centro dos negócios, mesmo porque o ser humano é individualista por natureza, não enxergando nada além do que lhe convém, tornando-se vulnerável perante os seus pares e a si mesmo.

A grande verdade é que certos detentores do poder não são capazes e suficientemente preparados para gerenciar seus próprios conhecimentos, pensamentos, interesses e emoções, sendo difícil para eles liderarem pessoas, as quais carecem justamente do entendimento de seus fatores comportamentais.

Portanto, se o chefe não possui uma boa experiência, um bom equilíbrio emocional, um bom discernimento e uma boa interação com sua equipe é fácil entender porque à medida que o tempo passa a não satisfação atinge um nível tão alto, onde a demissão ou pedido de demissão torna-se uma decisão inevitável, deixando o gestor literalmente com a corda no pescoço a espera da abertura do cadafalso da incompetência.

Charles Darwin e a Origem das espécies

Charles Robert Darwin, foi um renomado naturalista britânico que nasceu na cidade de Shrewsbury em 1809. Ele se destacou no meio científico por seus estudos  sobre a teoria da evolução, descrita no livro a Origem das Espécies. Segundo suas descobertas os indivíduos com maior capacidade intelectual, locomoção, reprodução, imunidade e resistência às condições adversas de ambiente e clima, sobreviveriam, enquanto os mais fracos pereceriam.

Neste teoria, conhecida como a lei do mais forte, é preciso dissociar a atuação do homem dos demais seres vivos no que diz respeito a luta pela sobrevivência. Na natureza, o principio da seleção natural ocorre de forma equilibrada em toda cadeia alimentar. Os cupins, formigas, vespas e abelhas apesar de serem desprovidos de raciocínio lógico, conseguem viver em uma sociedade muito bem organizada, dividida em classes e tarefas.

Esta convivência altamente complexa, conhecida como eusocialidade abrange o cuidado cooperativo com a prole, as funções reprodutivas e operárias, além da sobreposição de gerações em uma mesma colônia, garantindo o perfeito funcionamento e manutenção do ambiente comum. Neste conceito destacamos as abelhas, onde a rainha é responsável pela propagação da espécie, o macho por fecunda-la e as operárias pelos cuidados com a manutenção do ninho.

Já o homem, ser psique e social, cuida da prole, delega e cumpre tarefas, propaga a espécie, permite a convivência de diferentes gerações em um mesmo teto, porém ao contrário dos insetos eusociais não consegue viver em equilíbrio com indivíduos semelhantes. Apesar de estar no topo da cadeia alimentar, lamentavelmente pode-se dizer que é uma das piores pragas que existe.

Em linhas gerais, ele não consegue usar os seus conhecimentos em prol da coletividade, sendo excessivamente individualista e altamente competitivo, muitas vezes passando por cima de tudo e de todos não impondo limite a si mesmo, especialmente quando detém o poder.

O homem está mais apto a retirar uma vida do que propriamente dar a sua em benefício de alguém. O zangão, ao contrário, em plena lua de mel durante o voo nupcial morre após a cópula, não tendo nem a oportunidade de conhecer seus descendentes diretos. É o sacrifício em prol da coletividade, o altruísmo levado ao pé da letra.

Esta comparação, a princípio descabida e desmedida, a luz da razão faz todo sentido, quando nos leva a refletir sobre o papel individualista que o homem tem exercido perante a sociedade, esquecendo-se de servir, cooperar, repartir, multiplicar, doar, respeitar, apoiar, dentre outros tantos verbos que expressam à verdadeira contribuição humana, aquela desprovida de qualquer interesse escuso.

Ao invés de permitir que as pessoas se deleitem do mel gerado pelas coisas doces da vida, ele prefere se esconder dentro de uma colmeia totalmente isolada e vedada. Este mesmo homem é o que está espalhado por diferentes empresas, ora liderando, ora sendo liberado, mas de alguma maneira ferrando alguém sem qualquer motivo.

No ambiente corporativo, opta por se refugiar em uma zona de conforto e quando conveniente, ele deixa sorrateiramente seu habitat, voando em direção aos próprios interesses. Voos suaves, discretos e assertivos, porém individualistas e traiçoeiros.

Como identificar o “eu” que há em cada homem e torna-lo como esses insetos, no que diz respeito à eusocialidade, é o grande desafio de quem pretende se tornar um líder capaz de atender as necessidades e expectativas das pessoas, de modo a manter completamente motivadas.

Talvez muitas gerações não desfrutarão da oportunidade de aprender nem com os homens e muito menos com os insetos, pois a capacidade destrutiva do ser humano tem sobrepujado o seu poder construtivo, fazendo com que ele perca a grande chance de ampliar a sua sobrevivência e o seu aprendizado, já que nem a natureza ele respeita, incluído aí os insetos.

Desta forma, o homem corre o risco de viver isolado, tornando-se uma espécie rara em uma ilha qualquer. Porém, desta vez não haverá o navio H.M.S Beagle para trazê-lo de volta a sociedade.

 


 
 

 

 



Prova dos Nove

Uma poderosa fábrica de números e uma massa falida de informações, é assim que podem ser enxergadas determinadas empresas. Fórmulas, cálculos e equações matemáticas alimentam um impressionante banco de dados. Tudo é conhecido pelos números. Não há mais recursos humanos, mas sim lotação, onde as pessoas se convertem em mais um dado na estatística organizacional.

Não há máquinas, veículos, equipamentos, móveis e utensílios, mas sim ativo fixo, que remete a um número de patrimônio. Valor torna-se preço. A tentativa de conduzir todos os processos baseado em uma lógica matemática, via ciências exatas, faz com que a principal ferramenta seja a calculadora científica, que se torna item de desejo único e obrigatório, especialmente nas análises de resultado do balanço.

O feeling e a inspiração perdem-se em meio a uma sopa fria e indigesta de números absolutos. Nesta matemática nem sempre “noves fora, nada”, pois até a prova dos nove mostrou-se um método falível no campo do aprendizado. Mesmo com toda a engenharia contábil, financeira e administrativa, suportada por auditorias internas e externas, fralda-se o balanço e oficializa-se o caixa dois, transformando numericamente prejuízo em lucro, custo em investimento e vice versa.

São os números a serviço dos interesses escusos. Privilegiados, eles possuem até sobrenome, tais como absolutos ou relativos. Podem ter casas, mesmo que decimais. Endereço, mesmo que seja uma pasta ou um arquivo. Crescem de forma aritmética ou exponencial. Podem ocupar uma célula, reconhecer, desmotivar ou demitir.

Apesar disto tudo, os números por si não tem vida e não conduzem a um propósito. Quando há muitos dados, pouca ou nenhuma informação, um conjunto de números muito rico em quantidade, mas extremamente pobre em qualidade, leva a tomada de decisões pouco assertivas.

O grande problema é que os administradores detestam atributos de caráter subjetivo, preferindo trabalhar somente com ciências exatas, pois sobre elas possuem domínio ou pelo menos acreditam que podem subjuga-las. A possibilidade de perderem o controle da exatidão deixa-os incomodados, apreensivos e inseguros, por isto também são os maiores criadores e defensores dos procedimentos escritos, por meio dos quais procuram estabelecer um padrão uniforme e previsível.

Ocorre que mesmo os números carecem de análises baseadas na experiência e vivência das pessoas, pois nem mesmo eles possuem um comportamento exato ou linear, havendo necessidade do uso de outras ferramentas intuitivas. Fica claro que as empresas não estão preparadas para conhecer a si mesmo, pois a verdade dos números é muito mais dura do que eles demonstram.

Aprofundar-se neles pode significar afundar-se mais rápido do que se pensa, pois quando vêm à tona os resultados ocultos, normalmente negativos, é preciso tomar uma decisão rápida, a qual sobre pressão pode não se refletir em melhoria contínua e duradoura, pois se vislumbrará a busca por resultados imediatos.

Neste contexto observa-se que a falta de reconhecimento ou carência de pessoas experientes, hábeis, capacitadas, criativas, flexíveis, comprometidas e inspiradas, impede que dados transformem-se em informações e estas por sua vez em conhecimento. Neste sentido elas seriam o contraponto da administração centrada em números.

Assim, é impossível gerenciar adequadamente os recursos humanos, quando a matemática empresarial relega ou diminui a importância da inspiração humana, complemento natural do raciocínio lógico na obtenção da informação geradora de riqueza.

sábado, 20 de abril de 2013

Cartão de Fidelidade

Tripulação, portas em automático. Decolagem autorizada para entrar em ação à lógica que impera no mundo dos negócios, especialmente com a ampliação das fronteiras comerciais: o avião passou a ser um dos principais meio de acomodação dos executivos.

À medida que aumenta as milhas de voo diminui o poder de pontuação com a família. Cartões de fidelidade seja ele gold, platinum, diamond, branco, azul, vermelho ou preto, oferecem a troca de milhas por passagens aéreas, que nem sempre se revertem em prol do lazer, mesmo porque eles somente possuem tempo para o trabalho.

Milhas nas alturas, relacionamento pessoal na pista de pouso, pronto para não decolar. Acrescenta-se a isto o fato das viagens serem nos fim de semana e muitas vezes de madrugada, eliminando de vez o convívio com os filhos, esposa e amigos. Um cardápio perfeito é servido ao passageiro fiel: sanduiche quente, barra de cereal, água, refrigerante e amendoim, em substituição a um jantar no ambiente da familiar.

O aconchegante sofá da sala é trocado por assentos apertados que impedem as pernas de serem esticadas adequadamente, a não ser no assento conforto pelo qual se paga um pouco mais por uns centímetros de menos. A mesa de servir refeições e lanches torna-se um escritório móvel dotado de computador e relatórios.

Em nome do fator tempo, fala ao celular mesmo quando as comissárias de bordo pedem para que os aparelhos eletrônicos sejam desligados. Privação do sono, coquetel de remédios, alimento processado, assento vendido em duplicidade e criança chorando ao lado, passam a serem ocorrências naturais.

Algo muda quando ele volta à rotina de pai ou de chefe, descarregando na família e nos subordinados toda a raiva e desconforto contidos em horas de voo, atrasos e espera em aeroportos. Exatamente isto, desperdiça seu tempo em filas quilométricas nos pontos de embarque, conexões e remarcações.

Grita e esbraveja no check in, porém, ao final resigna-se. Certamente recuperará o tempo desperdiçado viajando nos finais de semana, conquistando mais algumas milhas em prol do trabalho. Faz isto para não comprometer a sua eficiência, marcando inclusive reuniões ou entrevistas no saguão do aeroporto.

Os ponteiros do relógio giram, mas ele continua encontrando uma maneira de ganhar tempo. Assim, um simples extravio de bagagem não será problema, pois ele viaja de terno, calça social e gravata, mesmo porque isto o destaca dos demais passageiros, proporcionando-lhe a continuidade do status de homem de negócio.

Como andar de sandália, bermuda e camisa casual são para homens comuns, isto não lhe passa pela cabeça. Temos assim, uma verdadeira distorção do caráter humano, pois se mede a capacidade intelectual do indivíduo não pelo conhecimento, mas pela roupa que se veste. Se pensarmos profundamente, tudo isto é vaidade e ilusão, pois independentemente do cargo que se ocupa, na aeronave o executivo é apenas mais um, sendo identificado como passageiro do assento 01C, 15A e 23B.

Nesta rotina desenfreada turbina-se o desequilíbrio mediante a fidelidade as companhias de negócio e consequentemente, as companhias aéreas, em detrimento da fidelidade matrimonial no sentido do relacionamento humano, presencial e caloroso. Acompanha-se a queda do serviço de bordo, o aumento do preço das passagens e as intermináveis filas nos aeroportos, mas não se acompanha o crescimento e desenvolvimento dos filhos.

É sempre assim, o vício ao trabalho está na cabine de comando do executivo e em caso de overbooking, as pessoas que ele mais ama e admira, serão remanejadas para o próximo voo, se houver vaga.

Amante Profissional

Quem nunca traiu no ambiente corporativo? Certamente, ninguém terá coragem de assumir qualquer relacionamento fora do casamento. A verdade é que o apreço pelo poder exerce um fascínio tão avassalador que conduz os executivos a ter uma amante em algum momento da carreira, especialmente no auge da liderança.

A atração começa de forma lenta, imperceptível, muitas vezes inconsciente, porém à medida que o tempo passa a amante se infiltra de tal maneira que o executivo mergulha de cabeça e se apaixona perdidamente por ela, culminando em um amor obediente e cego.

O interessante é que em uma situação normal a amante é coberta de paixão, prazer e bens de consumo, mas neste caso para garantir a atração fatal, além de se apresentar de forma impecável, perfeita, receptiva e muitas vezes maquiada, oferece um ambiente agradável com direito a jantares marcantes, viagens nacionais e internacionais, acomodação em hotéis luxuosos e presentes em ocasiões marcantes.

Para facilitar os encontros e a comunicação, disponibiliza carro, notebook e smartphone, tudo de última geração. A única exigência é dedicação fiel e apaixonada catorze horas por dia, atrelada a um bom desempenho, o qual é medido caprichosamente. Negar fogo nestas horas pode romper abruptamente à relação.

O mais triste é que a família sabe da existência da amante. Algumas esposas se desesperam com esta relação extraconjugal, tornando-se amigas de noites mal dormidas, refeições solitárias e educação unilateral dos filhos. Outras, porém, seduzidas pelos benefícios de um alto padrão de vida, optam por se conformar, fugindo da realidade por meio de joias, roupas, sapatos, bolsas, cabelereiro, academia e maquiagem.

Por outro lado, a ausência do marido no corpo e na alma, gera um enorme espaço vazio, que passa a ser ocupado pela futilidade, tornando os relacionamentos frágeis e desgastados onde ambos perdem. As esposas tornam-se solitárias, depressivas, dependentes de barbitúricos e anfetaminas, medicamentos em geral.

Os filhos sem um referencial paterno gastam o dinheiro da mesada com carros, bebidas e drogas, já que o pai não conseguiu transmitir o conhecimento e reconhecimento necessários para uma convivência e educação saudáveis. Ao doar-se intensamente a esta relação passional, o executivo terá o seu tempo consumido pela amante e quando concluir que tudo é vaidade, já terá perdido a família, os amigos e a saúde.

Assim, como principal recompensa ganhará stress, diabete, gastrite, hérnia de disco e sobrepeso, doenças ocupacionais típicas do executivo moderno, vítima dos caminhos que conduzem ao empobrecimento dos laços afetivos. Avançado ou não na idade, devido ao baixo desempenho, será finalmente abandonado pela amante, denominada trabalho.