quinta-feira, 23 de maio de 2013

Leis de Isaac Newton

A três Leis de Isaac Newton, publicadas em 1687, tratam de corpo, força e movimento, a perfeita trilogia que rege uma empresa, pois representam as pessoas que por meio de seus esforços motrizes imprimem velocidade na direção de solucionarem os problemas. Desta maneira, elas permanecem muito atuais no ambiente corporativo, o que pode ser evidenciado por meio de alguns exemplos.
 
 
1ᵃ Lei de Newton, Princípio da Inércia
Os problemas continuam em repouso, pois a liderança não exerce sua força, por entender que não representam perigo aos negócios. À medida que os problemas movimentam-se por todas as áreas da empresa, a velocidade não será alterada, porque a liderança alheia aos fatos permanece na inércia em suas decisões, sendo atropelada pelos problemas triviais e urgentes, prejudicando as estratégicas geradoras de propósito.
 
As pessoas ineficientes e ineficazes permanecem no descanso, porque a força da liderança não age ao acreditar que é normal elas fazerem parte das equipes, afinal não existe nada perfeito e não há homogeneidade no fator desempenho. À medida que aumenta o número de pessoas com este perfil improdutivo, a sua velocidade não será alterada, porque a força da liderança é superada pelos desafios, assumindo implicitamente que elas incorporaram-se à cultura da empresa. 
 
Os comportamentos inadequados ou baixa maturidade continuam repousando sobre as equipes mantendo-as desagregadas à medida que nenhuma força da liderança atua, assumindo que bons relacionamentos podem prejudicar o desempenho geral, devido à possibilidade de formarem complôs. À medida que o número de pessoas ácidas, rabugentas e ignorantes se destaca, a sua velocidade não será alterada, porque os líderes apoiam os que discutem, falam ou gritam mais alto.
 
2ᵃ Lei de Newton, Princípio Fundamental da Dinâmica
A massa de problemas permanece em repouso, deitados no berço esplêndido da inércia, pois a força da liderança é nula, ao optar pela estabilidade, conforto e comodidade. Neste processo lento e moroso de decisões, a massa de problemas aumenta, ou seja, adquire uma grandeza escalar positiva, exigindo finalmente a atuação dos líderes. Porém, como a soma das suas forças é bem menor, ela não será suficiente para gerar uma aceleração adequada de mitigação.
 
3ᵃ Lei de Newton, Princípio da Ação e reação
Um problema gera uma reação da liderança de igual força, direção e sentido contrário, ou seja, as forças não se equilibram e não se anulam, porque na medida em que não há inércia, decisões assertivas são tomadas sobre os problemas, forçando os líderes a caminhar na busca pela melhoria contínua. Problemas como ineficiência, ineficácia e comportamentos inadequados são tratados, assim objetivos, metas e indicadores de desempenho desdobram-se em todos os níveis. Infelizmente, esta lei há muito não vigora em determinadas empresas, foi revogada pela 1ᵃ e 2ᵃ Lei de Newton.

domingo, 19 de maio de 2013

Presos ao Anzol

Rumo a uma pescaria onde a principal isca é você. Assim podemos considerar as reuniões mal planejadas e conduzidas, pois elas são como um rio de águas turvas repletas de surpresas, onde a falta de organização torna-se uma devoradora da produtividade, consumindo o tempo das pessoas sem que isto traga resultados concretos a despeito do nível que ocupam.

O problema é que elas progridem em escala geométrica, enquanto a capacidade de acompanha-las é mantida em escala aritmética, originando um clima de insatisfação, ineficiência e ineficácia. A ausência de pauta, controle do tempo e moderador, contribui para a ocorrência de intermináveis reuniões, sem hora para começar e terminar, alimentando-se do horário de almoço, jantar e lazer, com impactos diretos na saúde física e mental.

Ao término de cada uma, perguntam o porquê foram convocadas ou convocaram a reunião, demonstrando que estas pessoas não agregam valor ou não tem nada a oferecer, inclusive tornando-a muito mais improdutiva, chata e cansativa.

As reuniões que constrangem, procuram culpados, exercem pressão desnecessária e transmitem ameaças implícitas, são uma isca indigesta para estimular a participação, em especial quando elas adotam um tom escravocrata, no sentido de bater e criticar a tudo e a todos, rememorando por diversas vezes os erros cometidos.

Ao invés de se ater ao campo das ideias, os condutores, eternos pessimistas, destilam suas críticas às pessoas, falando continuamente em choque de gestão, mudança de rumo, virada de página e quebra de paradigmas, uma postura que além de não agregar valor, desvirtua o verdadeiro caráter da reunião: a busca pela solução conjunta.

Desta maneira, elas são uma praga tão resistente e adaptável, que sua multiplicação ocorre por videoconferência, teleconferência, ou seja, não há limite para se inventar, alimentar e sustentar inadequadamente esta ferramenta de gestão.

É um círculo vicioso, sem resultados concretos e contínuos, muito anexo, pouco nexo, muita divagação, pouca ação, como uma nau a deriva que segue ao embalo da maré, em um lento, tedioso e improdutivo vai e vem, trazendo resultados frustrantes para quem conduz, participa ou assiste o enrolar e não o desenrolar dos fatos.

Nas convocações, os conversadores e despreocupados chegam primeiro, não devido ao caráter da pontualidade, mas sim para encontrar um lugar discreto no ambiente, ou seja, na parte traseira da sala, para falar mal da empresa, fofocar e criticar a própria reunião, conduzindo conversas paralelas ou euclidianas, que sob a ótica da geometria espacial, nunca cruzarão entre si e muito menos com os propósitos que estão sendo abordados e tratados em conjunto.

Nesta desorganização, entram e saem da sala, levantam para tomar café, água, refrigerante e ir ao banheiro. Não utilizam o modo "vibracall" dos seus telefones e smartphones, mas vibram quando eles tocam músicas ou melodias estridentes e irritantes, cujo barulho é proporcional à falta de educação. Não satisfeitos leem de forma discreta revistas semanais, rabiscam qualquer desenho e talvez façam até caricatura do chefe, mas não anotam absolutamente nada do que está sendo discutido.

Risco e rabisco, nada muito rico, ao contrário uma tremenda pobreza de espírito coletiva e corporativa, em uma agenda sem agenda. O fim do limite ao respeito está próximo quando até mesmo aqueles que ocupam cargos estratégicos bocejam, cochilam, fisgam e pescam literalmente piaba e lambari, fazendo seus corpos curvarem de forma repetitiva na cadeira, como uma vara de pescar, expondo os dorminhocos ao burburinho e as chacotas disfarçadas.

Este comportamento de utilizar reuniões desalinhadas, como regras, pode denotar a falta de um planejamento estratégico, que transformará a empresa e os profissionais em uma isca perfeita, presa ao anzol que poderá ser engolido pela primeira crise financeira.

domingo, 12 de maio de 2013

Caiu na Rede

Nas páginas virtuais, o facebook, myspace, twitter, instagran, skype, orkut, badoo, dentre tantos outros programas e aplicativos conectam sem fio milhares de pessoas em diferentes países e idiomas, rompendo todas as cercas, muros e fronteiras, onde o único passaporte exigido é o acesso a internet.

Criaram uma forma de comunicação rápida, democrática e única, com suas próprias conjugações e tempos verbais, tais como, conectar, navegar, deletar, aceitar, surfar, compartilhar, postar, baixar, curtir, comentar, filtrar e tuitar. Esta forma moderna de diálogo seduziu inclusive os dicionários brasileiros, instigando-os a publicar palavras aportuguesadas, o que no fundo significou uma bela mordida na língua portuguesa.

Na verdade, este não é o problema, ao contrário, o intercâmbio de costumes, idiomas, dialetos, jeitos e trejeitos, independente do meio utilizado enriquece qualquer cultura. Ocorre que a linguagem coloquial e social, amplamente divulgada pelo público antenado, está desconectando a linguagem gramatical, deixando-a com o sinal cada vez mais fraco e lento, como demonstra a seguinte postagem:

“Meu amigo Nirso, disse que o iorgute cazeiro tem menas calorias, não esmagrece, mas tb não ingorda, nos deixa menos anciosos e mais felises para encarar o trampo. Caso esteje muito cansado descanse bastante no fim de semana, para cumprir seus compromissos profissionais sem atrazo e não dormir no servicio. Para completar faça como eu, beba tb um iorgute natural mais dentro do praso de validade e se não lhe agradar vá para a pqp. Kkkk”.

Ao participar ou admitir de forma natural uma linguagem que usa termos de baixo calão, simplifica palavras e elimina vogais de forma usual, constante, repetitiva, insistente e corriqueira, as pessoas estão contribuindo para que juventude não curta o bom vocabulário e a boa escrita, ferramentas que irão interferir diretamente na redação, a qual é importantíssima para a conexão veloz com o curso superior e o mercado de trabalho qualificado.

Como se não bastasse, criam perfis falsos, aprendendo a mentir até virtualmente, multiplicam os álbuns de termos chulos, compartilham os erros de português e postam fotos sensuais, mostrando um currículo negativo para o mercado de trabalho, o qual está ávido por curtir pessoas competentes. Elas esquecem que as empresas também surfam na internet prestando atenção a tudo e a todos, valorizando as pessoas que estão na crista da onda, ignorando aquelas que tomam o famoso caldo e são levadas de volta para a areia, atuando como meras expectadoras.

A situação fica mais desconfortável, quando são bloqueadas ou capturadas na rede durante o horário de trabalho, acessando sites impróprios ou ocupando o tempo na navegação desgovernada. Nitidamente as empresas aceitam pessoas criativas, descoladas, extrovertidas, alegres, comunicativas, conectadas, porém, elas apagam aquelas que prezam pela falta de bom senso e respeito.

A senha de que definitivamente caíram na rede do vício da má educação é a reprovação em um exame, concurso ou emprego. O arrependimento de não ter valorizado a escola, os estudos e a leitura, será ofuscado pela velocidade com que irão se dedicar a navegar nas salas de bate papo, neste caso furado. As pessoas esquecem de que ao se relacionar virtualmente, expõem na tela uma boa parte de seus pensamentos, comportamentos e personalidades.

Quando digitam algo e teclam “enter”, elas saem do mundo real, particular e entram no universo virtual, coletivo, expondo suas ideias, opiniões, contradições e por vezes o seu corpo na forma tridimensional. Ao publicar fotos do tipo “Eva”, sem medo e sem pudor, perante uma câmara de vídeo, mostra que morderam a fruta do pecado, assumindo o risco de ter despida toda intimidade, algo valioso e precioso, que deveria ser preservado.

Quando vaza o conteúdo indesejado, não há antivírus que cure os males ou photoshop que maquie os estragos feitos na própria imagem. Este texto e contexto demonstram que a internet 1G, Gramática que enriquece, foi lamentavelmente substituída pela internet 3G, Gafes, Gerúndios e Galhofas, que empobrecem, desligando da tomada qualquer oportunidade de crescimento humano e profissional. Like. Comment. Share.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Apagão de Líder

Se há empresas que não possuem líderes suficientemente preparados para acompanhar seu ritmo de expansão e renovação de talentos, é porque não conhecem adequadamente o perfil profissional de seus colaboradores, já que nunca se preocuparam na implantação de um programa para qualificar e reter seus profissionais estratégicos.

Uma parte considerável deles nasceu e cresceu no berço da própria entidade, cujo aprendizado deu-se na prática do dia a dia, muitas vezes tirando leite de pedra. Porém, como o berço estava mais para manjedoura, não foram suficientemente preparados para formar equipes e serem multiplicadores de líderes.

Estas empresas que vivem em pane e completamente cegas para as pessoas, não conhecem o desempenho, comportamento e capacidade de delegação de seus profissionais, portanto, não podem alçar voos arrojados.

Elas simplesmente avaliam e focam aspectos relativos às questões administrativas e financeiras, conduzindo a um ambiente altamente competitivo, desgastante e estressante, sem que sejam atingidos resultados consistentes e coerentes, a despeito dos esforços feitos de forma sistemática.

 Como gastam muita energia em prol de nada e operam na mesmice, não possuem capacidade de formar e reter talentos, bem como não são capazes de definir o perfil ideal para cada uma das suas estratégias, seja para construir equipes ou integrar um novo negócio.

Por não possuírem uma linha sucessória bem planejada, seus líderes não possuem sucessores selecionados nos quadros da empresa, perdendo a possibilidade de ter profissionais mais alinhados com os seus valores e cultura.

Nestas empresas, a escassez de renovação de pessoas talentosas, faz com que poucos detenham o conhecimento e o poder de decisão, centralizando as informações, evitando que ela se propague na geração de competência para a formação da liderança.

A energia gerada além de cara e fraca gera choques e picos de tensão, muitas vezes queimando todas as possibilidades de acender uma luz no fim do túnel, por meio da qual seria possível iluminar o caminho que levaria ao encontro de líderes de alto desempenho.  

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Aviso Prévio da Meritocracia

Você e sua empresa sabem qual é o valor do trabalho? Você e sua empresa sabem qual a habilidade, o conhecimento e a atitude necessária para gerar competência e alcançar os resultados esperados?

Se a resposta for não, provavelmente você acha que trabalha muito, ganha pouco e merece uma promoção. Nunca está satisfeito com o seu salário e por mais que receba aumento, ele nunca será suficiente para cobrir suas despesas já que concomitantemente aparece a insaciável sede de elevar o padrão de vida.

Gastar, reclamar, lamuriar, choramingar e lamentar, verbos conjugados em uníssono, que remetem a uma visão distorcida, onde você só enxerga direitos, ignora obrigações e vive comparando de forma simplista o seu salário com os demais, ignorando fatores importantes, como ambiente, cultura, valores, práticas, conduta, solidez, reputação, benefícios, desafios, educação, oportunidades, credibilidade, políticas, responsabilidade e perfil.

Não entende que há pessoas diferentes fazendo coisas iguais e pessoas iguais fazendo coisas diferentes, ora recebendo salários iguais, ora recebendo salários diferentes e ao abrir o contra cheque, essas situações induzem você a sentir-se um pobre coitado explorado pela mais valia da força de trabalho capitalista.

Se existirem na mesma empresa muitas pessoas como você, teremos gente demais, trabalho de menos, poucos comprometidos, muitos envolvidos, muitos ocupados, poucos produtivos, demonstrando que para cada folgado, haverá um sobrecarregado. Neste contexto, a empresa por sua vez mostra que não possui um plano de cargos, salários e carreira.

Por não conhecer o equilíbrio interno e externo, ela avalia as pessoas tendo como base a subjetividade ou a boa vontade de cada gestor. Devido à falta de regras claras, esforço, pontualidade, assiduidade, responsabilidade, são adjetivos usados para as promoções anuais.

Quem põe a mão na massa, veste a camisa, suja a mão de graxa, pega pesado no batente, bem como é pau para toda a obra, torna-se um forte candidato a receber um aumento salarial. Comentários do tipo “ele está há três anos sem promoção”, “ele merece”, “ele cuida bem de seus equipamentos”, reforçam o quanto a falta de critérios torna o ambiente de trabalho cada vez mais desigual e menos transparente.

Como a empresa está abarrotada de pessoas com este perfil, as promoções são concedidas em cascata e para atender esta demanda, ela se vê obrigada a criar ou adaptar cargos, transformando sua lista de funções em um longo e inglório alfabeto: supervisor “A”, supervisor “B”, supervisor “C”, assistente “A”, assistente “B”, assistente “C” e assistente “D”.

Estes exemplos já são suficientes para mostrar que há uma inversão de valores, onde obrigações funcionais são convertidas em crescimento horizontal ou vertical, ocupando postos cada vez mais altos e caros. Enquanto isto, a meritocracia permanece estagnada em um cargo sem qualquer prestígio, onde vez por outra, alguém ou ninguém, balbucia seu nome, mas rapidamente a ignoram.

Como ela perde o significado no meio desta cadeia e teia, fios e pavios de interesses individuais, ela é colocada em aviso prévio, acendendo o estopim que detonará qualquer possibilidade de estabelecer objetivos, metas e indicadores de desempenho. Pouco tempo depois a meritocracia será demitida e sem carta de referência baterá de porta em porta a procura de recolocação.

Não perderá tempo, afinal detesta seguro desemprego e adora ser útil, oferecendo propósito ao trabalho. Mesmo existindo no mercado, mais vagas, que candidatos, ela não será recrutada, visto que as empresas não estão preparadas para selecioná-la, recrutá-la, treina-la e retê-la.

Ao optar pelo nivelamento por baixo, haverá prejuízo na busca pela eficiência, redução de desperdícios, resolução de problemas de qualidade, diminuição de custos e geração de lucros, prejudicando a competitividade. O processo de recrutamento tornar-se-á longo e demandará um maior nível de exigência e conhecimento dos recrutadores, aumentando os custos de captação.