quinta-feira, 17 de abril de 2014

Os Sete Pecados do Capital

Pecado é o ato de praticar o mal, em detrimento do bem. Fruto da natureza humana, os pecados capitais remetem a transgressões continuas, destacando-se pela liderança negativa perante as outras infrações. Em analogia, os pecados do capital, são vícios de comportamento que acometem líderes e chefes, quando estes usam o poder para subjugar ou destratar as pessoas. Desta forma, os sete pecados capitais, Gula, Avareza, Inveja, Preguiça, Vaidade, Ira e luxúria, circulam naturalmente pelo ambiente pessoal e profissional como descrito a seguir.  
   
A Gula
Fome insaciável pelo poder, mesmo que para isto seja preciso matar de inanição a integridade, ética, humildade, justiça, honestidade. Nesta busca pelos interesses individuais, aqueles que pensam diferentes, questionam, opinam, expressam ideias, conhecimento e capacidade técnica para ocupar a concorrida cadeira das decisões, são considerados penetras e, portanto, convidados a retirar-se do banquete, antes que sejam digeridos pelo desprezo da liderança. É a cobiça engolindo a temperança.

Avareza
Apego desmedido pelos bens materiais, carro, dinheiro, cobertura, viagens, joias, iates e jatos. O profissional relega ao segundo plano, amigos, família e saúde, a trilogia da verdadeira riqueza que não pode ser comprada. Dedica seus esforços para acumular, esbanjar e deleitar-se das futilidades. A conquista, única capaz de oferecer um valor inestimável, perde seu propósito na medida em que é esquecida no cofre da mesquinharia. É a idolatria dos tolos, porque se baseia nas possibilidades.
 
Inveja
Desejo descontrolado pelas conquistas alcançadas por qualquer um de seus pares de trabalho. O invejoso ignora seu cargo, promoções, benefícios e salário, para se preocupar apenas com o status das pessoas que vivem ao seu redor. Este pecado impede o foco no trabalho, resultando em perda de produtividade, porque consome toda a energia do empregado cobiçador, que passa a cumprir uma jornada sem propósito, movida apenas por um ciúme eterno, cego e doentio. É a cobiça ao alheio.   
     
Preguiça
Apego ao comodismo e a ociosidade, que faz o profissional optar pela zona de conforto e deixar como está. O comprometimento, empenho, determinação e mudança, adormecem na rede da inoperância, com pequenos lampejos e bocejos. Enquanto a burocracia, marasmo e lentidão, vivem de olhos abertos, em um estado de insônia que não incomoda, o preguiçoso pensa: quem trabalha muito, erra muito; quem trabalha pouco, erra pouco; logo é promovido. É a aversão ao trabalho.

Vaidade
Desejo férreo em ser admirado, que utiliza a soberba para demonstrar quem manda. O chefe vaidoso, por meio da força do cargo, procura subjugar, humilhar e desdenhar seus pares. Cego pelo orgulho, como acredita ser dono da razão, não admite seus erros e não tolera contrariedade, afinal, a arrogância é sua defesa. Enquanto todos andam com pés no chão, ele anda de salto alto, até o dia que tropeçará nas próprias pernas da vanglória. É o egocentrismo no cargo mais alto.

Ira
Sentimento descontrolado de raiva, cujo prazer da liderança é destilar palavras ácidas e amargas. O furioso possui baixa maturidade e baixo equilíbrio emocional, irritando-se facilmente em qualquer situação onde perca o controle. Comumente eleva o tom de voz, esperneia, grita, ameaça, esbraveja, não impondo limites ao seu comportamento colérico nos acessos de fúria. A imposição de castigos é frequente, porque sempre há um culpado. O mau humor dita regras. É o rancor a flor da pele.

Luxúria
Paixão dominadora em gozo de férias, por isto se manifestará quando do retorno ao trabalho. 

domingo, 6 de abril de 2014

Herbert Marshall McLuhan, o Pai da Comunicação

Canada, Edmonton, nasce em 1911, Herbert Marshall McLuhan, criador da teoria “o meio é a mensagem”, expressão controversa, polemica, instigadora e questionável, assim como o modelo piramidal onde o chefe detém a informação. Ambos, com suas particularidades, funções, conotações, retratam o relacionamento entre os meios de comunicação materiais, humanos e as diversas partes interessadas, sociedade, acionistas, trabalhadores, entidades, instituições. 
 
Nesta teoria a mensagem perde importância na medida em que o veiculo no qual se propaga, adquire papel fundamental, pois cada meio possui características próprias de transmissão. O autor entende que a despeito do conteúdo, a preocupação deve ser com a somatória de seus efeitos no comportamento. Analogamente, as chefias, obcecadas pelo poder, passaram a se considerar mais importantes que os conceitos repassados a massa de trabalhadores, estas enxergadas como farinha do mesmo saco.
 
Neste contexto, a comunicação era usada para dominar, impor, constranger e subordinar, amparada pelo fato das informações terem alcance local sem conexões móveis, poucas reais e nenhuma virtual. A formação da opinião era buscada nas ondas do rádio, linhas, entrelinhas dos jornais e tela da televisão, cada meio difusor com formas distintas de propagar a noticia, baseada nos jeitos e trejeitos dos interlocutores, às vezes com monotonia e sem sintonia fina com a boa governança.
 
McLuhan, o pai da comunicação, destacou-se por enxergar que os meios eletrônicos encurtariam distâncias, em uma época onde a internet estava desconectada, assim como a liderança que não conseguia conectar-se com as necessidades e expectativas dos trabalhadores. Surgia na década de 60, o termo “aldeia global”, baseado no retorno a comunicação interligada, próxima e direta, bem diferente da estabelecida pelas chefias, que viviam como verdadeiros caciques isolados em ocas e malocas.
 
Quando este conceito se propagou nas empresas, os subordinados passaram a ser reconhecidos como cidadãos, pois nesta nova era o computador tornou-se móvel e conectado, o rádio perdeu seu caráter de subordinação e adquiriu a prerrogativa cidadã, ao oferecer vez e voz aos programas comunitários, oferecendo serviços de utilidade publica. Por meio dos avanços tecnológicos da comunicação com destaque para a internet, qualquer um pode emitir sua opinião em tempo real.
 
Na passagem da subordinação para a cidadania, a liderança perdeu a prerrogativa de ser dona da verdade, obrigando a ser mediadora e conciliadora em um ambiente conectado por fatos, fotos, vídeos, visões, versões, suposições, tensões e contradições, cujo desejo dos trabalhadores é ser parte integrante de todo processo comunicativo, ou seja, uma cadeia de ajuda capaz de oferecer liberdade de expressão, respeito e cuidado no trato com as pessoas, agora não mais mão-de-obra.
 
Porém, os lideres insistem em não compreender que a verdadeira comunicação deve saber informar, ouvir, dialogar, esclarecer e responder, seja sim ou não. Esta falta de entendimento gera falhas na interlocução, resultando em desvios de comportamento, tais como falta de compreensão, baixa produtividade, alta insatisfação e diluição da autoridade, ruídos prejudiciais amparados na falta de clareza, objetividade, transparência e simplicidade, o que abre um canal para fofoca, chincalho e melindre.
 
Enquanto o autor das obras “A galáxia de Gutemberg”, “Os meios de comunicação como extensão do homem”, “O meio é a massagem”, “Revolução na Comunicação”,Guerra e paz na aldeia global”, descansa tranquilo desde 1980, a liderança remexe desordenadamente e embaralha-se nos fios da má comunicação, perdendo-se no ruído das falas gaguejadas, atitudes sem amplitudes e lentidão das conexões, enrolando de vez uma fita isolante no bom relacionamento.
 
Assim, em um curto espaço de tempo o desligamento da liderança circulará em tempo real nas páginas das redes sociais, não será anunciado no autofalante corporativo, mas propagar-se-à em mega-hertz nas ondas da rádio peão que ela mesma criou, oferecendo aos ouvintes a oportunidade de comemorarem como se tivessem batido uma meta.