domingo, 12 de maio de 2013

Caiu na Rede

Nas páginas virtuais, o facebook, myspace, twitter, instagran, skype, orkut, badoo, dentre tantos outros programas e aplicativos conectam sem fio milhares de pessoas em diferentes países e idiomas, rompendo todas as cercas, muros e fronteiras, onde o único passaporte exigido é o acesso a internet.

Criaram uma forma de comunicação rápida, democrática e única, com suas próprias conjugações e tempos verbais, tais como, conectar, navegar, deletar, aceitar, surfar, compartilhar, postar, baixar, curtir, comentar, filtrar e tuitar. Esta forma moderna de diálogo seduziu inclusive os dicionários brasileiros, instigando-os a publicar palavras aportuguesadas, o que no fundo significou uma bela mordida na língua portuguesa.

Na verdade, este não é o problema, ao contrário, o intercâmbio de costumes, idiomas, dialetos, jeitos e trejeitos, independente do meio utilizado enriquece qualquer cultura. Ocorre que a linguagem coloquial e social, amplamente divulgada pelo público antenado, está desconectando a linguagem gramatical, deixando-a com o sinal cada vez mais fraco e lento, como demonstra a seguinte postagem:

“Meu amigo Nirso, disse que o iorgute cazeiro tem menas calorias, não esmagrece, mas tb não ingorda, nos deixa menos anciosos e mais felises para encarar o trampo. Caso esteje muito cansado descanse bastante no fim de semana, para cumprir seus compromissos profissionais sem atrazo e não dormir no servicio. Para completar faça como eu, beba tb um iorgute natural mais dentro do praso de validade e se não lhe agradar vá para a pqp. Kkkk”.

Ao participar ou admitir de forma natural uma linguagem que usa termos de baixo calão, simplifica palavras e elimina vogais de forma usual, constante, repetitiva, insistente e corriqueira, as pessoas estão contribuindo para que juventude não curta o bom vocabulário e a boa escrita, ferramentas que irão interferir diretamente na redação, a qual é importantíssima para a conexão veloz com o curso superior e o mercado de trabalho qualificado.

Como se não bastasse, criam perfis falsos, aprendendo a mentir até virtualmente, multiplicam os álbuns de termos chulos, compartilham os erros de português e postam fotos sensuais, mostrando um currículo negativo para o mercado de trabalho, o qual está ávido por curtir pessoas competentes. Elas esquecem que as empresas também surfam na internet prestando atenção a tudo e a todos, valorizando as pessoas que estão na crista da onda, ignorando aquelas que tomam o famoso caldo e são levadas de volta para a areia, atuando como meras expectadoras.

A situação fica mais desconfortável, quando são bloqueadas ou capturadas na rede durante o horário de trabalho, acessando sites impróprios ou ocupando o tempo na navegação desgovernada. Nitidamente as empresas aceitam pessoas criativas, descoladas, extrovertidas, alegres, comunicativas, conectadas, porém, elas apagam aquelas que prezam pela falta de bom senso e respeito.

A senha de que definitivamente caíram na rede do vício da má educação é a reprovação em um exame, concurso ou emprego. O arrependimento de não ter valorizado a escola, os estudos e a leitura, será ofuscado pela velocidade com que irão se dedicar a navegar nas salas de bate papo, neste caso furado. As pessoas esquecem de que ao se relacionar virtualmente, expõem na tela uma boa parte de seus pensamentos, comportamentos e personalidades.

Quando digitam algo e teclam “enter”, elas saem do mundo real, particular e entram no universo virtual, coletivo, expondo suas ideias, opiniões, contradições e por vezes o seu corpo na forma tridimensional. Ao publicar fotos do tipo “Eva”, sem medo e sem pudor, perante uma câmara de vídeo, mostra que morderam a fruta do pecado, assumindo o risco de ter despida toda intimidade, algo valioso e precioso, que deveria ser preservado.

Quando vaza o conteúdo indesejado, não há antivírus que cure os males ou photoshop que maquie os estragos feitos na própria imagem. Este texto e contexto demonstram que a internet 1G, Gramática que enriquece, foi lamentavelmente substituída pela internet 3G, Gafes, Gerúndios e Galhofas, que empobrecem, desligando da tomada qualquer oportunidade de crescimento humano e profissional. Like. Comment. Share.

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