Cláudio Ptolomeu, Claudius Ptolemaeus ou Ptolomeu, foi um renomado estudioso
das ciências matemática, astronômica e geográfica. Nascido em Ptolemaida Hérmia, Egito, defendeu a
teoria do geocentrismo, na qual a terra era o centro do universo e ao redor
dela orbitavam os planetas Mercúrio, Lua, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
Este conceito descrito na obra o Almagesto, ou seja, a Grande Síntese, perdurou
como verdade absoluta por cerca de 1.400 anos, apoiada por teólogos e
cientistas, até ser derrubado pela teoria do heliocentrismo de Nicolau
Copérnico.
Enquanto no País das pirâmides, a terra na
teoria era o centro do universo, nas corporações piramidais a liderança na
prática julga-se o centro dos negócios por ocupar posições estreladas, cujo
limite é o céu. Neste posto, implanta o egocentrismo para que o poder de liderar,
decidir, pressionar, admitir, demitir, promover e mudar, gire ao seu redor em
movimentos friamente calculados. Neste caso seu trabalho não se manifesta nas
linhas da equidade, diálogo e coerência, mas orbita nas entrelinhas da parcialidade,
autossuficiência e competição, não pela sobrevivência, mas em prol da riqueza e
sucesso à custa dos outros.
Ptolomeu
cometeu erros, porém seus estudos, serviram de base para a astronomia moderna.
Seus trabalhos científicos foram responsáveis por grandes descobertas, com
destaque para as rotas marítimas do navegador Cristóvão Colombo, bem como o
sistema de coordenadas, latitude e longitude. A aceitação do erro foi um
processo natural, entendendo que o ser humano é falível, sujeito a falhas. Já o
centro da opressão e prepotência é movido por uma liderança fora de órbita, onde
errar é inadmissível, especialmente para as constelações menores, ditas chão de
fábrica, as quais são as primeiras excluídas do universo corporativo.
A
despeito de quem era o centro do universo, os planetas com suas luas e anéis,
mesmo sendo astros errantes, movimentavam-se de forma sincronizada. Além de
possuírem características corporais e celestes bem definidas, uns gasosos e
outros rochosos, eram atraídos pela força centrípeta, mantendo uma interação
perfeita. Isto dificilmente acontece onde a liderança centraliza e omite dados,
informações, decisões, impedindo a participação dos empregados. Então, chegará
o dia que a força centrífuga da desmotivação os impulsionará para outro mundo,
que permita o compartilhamento e a participação nos rumos do negócio.
O avanço do
conhecimento permitiu uma mudança de conceito, sem a preocupação de encontrar
culpados pela falha cometida, ao estabelecer uma teoria que viria a ser
derrubada. Isto ocorreu, porque mesmo equivocado o conjunto de ideias, permitiu
grandes avanços na ciência. No entanto, isto nem sempre ocorre com a liderança apegada
ao poder, que não tolera erros. Ela atua como o alto clero, que obrigou Nicolau
Copérnico, a publicar sua teoria heliocêntrica após a morte, com receio de ser
condenado pela igreja. Assim. o medo de punição, lança ideias, criatividade e motivação
para o espaço.
O heliocentrismo,
ratificado por Galileu e complementado por Kepler, demonstrou que os planetas
não giram em círculos, mas em elipses. Independente disto, a Terra, Mercúrio,
Lua, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, apesar de orbitarem ao redor do sol,
sempre foram tratados com igualdade, respeitando suas posições, formas e diferenças.
O homem, imbuído do papel de chefe, ao contrário, usa a força do eixo central para
estabelecer seus movimentos traiçoeiros, 24 horas por dia e 365 dias por ano,
perpetuando-se no microcosmo do poder, sentado na cadeira e sob o ar
condicionado, longe dos raios de sol.
Assim, são as
teorias, proposições sujeitas a contestações e mudanças, verdades eternas até
fatos concretos derrubarem seus argumentos. Isto demonstra que nem sempre a
teoria funciona na prática, porque parte de uma hipótese. Em tese, no universo dos
negócios o líder, astro de primeira grandeza, deveria ser admirado pela
constelação de empregados. No entanto, como não há espaço para o saber ouvir,
entender e atender a maioria, observa-se a olho nu uma rejeição implícita,
porque os interesses da chefia são ocidentais, enquanto os desejos da
coletividade são orientais. Uma separação convencional como o meridiano de
Greenwich.
Em meio a
constelação de escorpião, ao ser duramente picado pela ganância, arrogância e
prepotência, o núcleo duro do poder sentirá a letalidade do próprio veneno. Inebriado
e atordoado, conduzirá o empreendimento à beira de um buraco negro. Neste
momento a força do isolamento o sufocará nos gases de Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno, enterrando-o de vez nas rochas de Vênus, Marte, Mercúrio e Terra. Adeus
via láctea.
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